Shuts down the wi-fi

outubro 06, 2015

Lá em casa existia mais que muitas televisões.
Mas lá em casa, quando eu era pequena, ai de mim que tivessem de me chamar mais que 3 vezes para ir para a mesa e ai de mim se me lembra-se de despejar um "já vou" e só lá aparecesse meia hora depois.
Lá em casa a hora das refeições era com hora marcada, acompanhada pelo telejornal que o meu avô insistia em ver (na altura e àquela hora era só o que existia). Lá em casa nós 6 à mesa ficávamos a saber o que é que tinha acontecido no dia uns dos outros, por fezes riamos, por vezes discutíamos mas todos os dias interagíamos uns com os outros. Não existia cá isto de comer no sofá, nem de sair da mesa sem arrumar o prato. Mesmo mais tarde quando tivemos telemóvel, ninguém levava o telemóvel para a mesa e para mim é intrínseco porque naquela casa o dito não vai para a mesa (a menos que seja dia de festa e vá ter de tirar fotos), naquela casa o telemóvel fica no Hall e pronto.
Mas depois saí de casa, fui para uma minha, éramos só dois e com televisões a mais e computadores, telemóveis e tablets, não nos falta nada. A determinada altura farta da falta de privacidade que a TV nos dava no quarto, proibi a troca da velha por uma nova, óbvio que ele se bateu mas a verdade é que só nos fez bem (apesar de que continuamos a levar o telemóvel para lá)

 

À pouco deparei-me com isto.
Fantástica invenção, adoro, adoro e adoro.
Mas depois fiquei a pensar na coisa. A geração da minha filha lida com as novas tecnologias ainda no útero (coitadas), a culpa disto é nossa, nossa que lhe damos os maus exemplos. 
Nós não temos TV na cozinha, bati o pé a essa também, acho importante manter este momento de partilha familiar mas houve um dia destes que a pequena nos fez uma grande birra e não queria comer, ele vai de buscar o tablet e o seu meogo e toca que lhe mostrar o babytv ali em directo, qual TV infiltrada na minha cozinha pró-conversa-familiar, nesse dia nada disse, não havia a dizer. Problema é que a porta ficou aberta e ele insiste no mesmo pecado, todos os dias junto com o prato da sopa e a sobremesa, ali, mesmo ao lado da colher e do copo da agua está o raio do tablet com o raio do meo-coiso e o seu baby-encantador-de-pequenos-seres. E eu nada digo.
Pois que declaro guerra, a partir de hoje torno a ser a chata da família que vai insistir no espaço familiar sem gadgets. 
Afinal, se assim não for ainda viramos estranhos e não há nada mais triste que uma família de desconhecidos não é?
Vamos lá?


Vamos desconectar para conectar?

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1 comentários

  1. Como eu te compreendo e como cá e casa assim peco. O meu filho não comia, ainda hoje mal come, mas lá vai comendo de vir a tv. E há noite, sempre gostou de adormecer ao som das musicas do Baby tv, ainda tem tv no quarto, mas e lha desligo a filme é o mesmo, não dorme.. tenho tv em quase todas as divisões. marido é viciado em tecnologia. esta semana entrou um tablet... mas sim, perde-se muito. e essa engenhoca é fixe sim.. já tinha visto o video...

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