10 coisas que uma gaja deve saber antes de eles estarem cá fora (porque depois já foste!!)

outubro 08, 2015

1 - Os pés
Nunca mais vais conseguir arranjar os pés descansada. Começas por não os ver por causa da barriga, depois não lhes chegas, aprendes a andar sem os veres (pode ser um dilema), não te consegues calçar sozinha e cortar as unhas passa a ser por meses uma coisa do passado. Depois eles nascem mas a coisa fica praticamente na mesma, não tens tempo para ver os pés e tens de aprender a andar a ver os desaparecidos (outro dilema), cortar as unhas é quando já não consegues calçar o sapato porque do nada começaste a usar um tamanho a cima (passou-me no dia em que reparei que os meus pés pareciam os de um camelo, cheios de secas e almofadas fora do sitio).
2 - A falta de horas bem dormidas não começa quando eles nascem
A conversa do "dorme enquanto podes", estão a ver?
Esqueçam, se já estão grávidas esqueçam, assim que passa aquela pancada de sono súbita vinda sabe-se lá de onde, que nos abala a qualquer momento, principalmente nos que não é suposto a coisa nunca mais volta a si. Não se dorme porque as hormonas andam aos pulos, depois porque a cria se mexe, depois porque não há posição possível, depois vêm as contracções e de seguida a cria vêm ao mundo e aqui aparece uma das poucas coisas que toda a gente no mundo acerta, NÃO DÁ PARA DORMIR. Ou porque a cria chora, porque geme ou porque é gira (porque é gira foi a que me roubou mais horas). As cólicas. As febres. Porque é gira que se farta. Os medos estúpidos e sem razão (tipo vêm aí o Apocalipse e os zombies e que é que lhe dou de comer durante o Apocalipse?).
E mesmo que o outro responsável resolva acordar cedo e tomar conta dela, tu sais da cama cedo porque não lhe queres perder o riso ou porque achas que só o teu colo lhe vai calar o choro.
3 - Esquece a televisão.
Nunca mais vai ser a mesma coisa. Vais andar sempre desactualizada, com falta de telejornais. As tuas séries preferidas vão andar no mínimo com 4 episódios atrasados. Sim, as novas boxs que gravam tudo é muito fixe mas não se esqueçam que aquilo têm espaço limitado e fujam dos amigos estraga surpresa que gostam de contar os últimos episódios rematando com um "não foi nada de especial" logo depois de contar o minuto exacto em que a serie vira de rumo. Sobrevivemos perfeitamente bem e até andamos mais relaxados mas não é a mesma coisa. (Sim, vêm aí as eleições e não faço a mínima quem são os candidatos, em relação á novela da tarde ainda vou nos capítulos da Páscoa e as 14 series que via...bem...via)
4 - Os longos e quentes banhos relaxantes
São tipo miragens no deserto. Só de pensar neles, com ou sem banheira, já me sinto feliz. Eram tão nices. Depois de eles nascerem é um filme de horror com direito a orelha espetada tipo cão de caçador.
Está a acordar?
Aquilo foi um gemido?
Oh merda, rápido rápido!
Esqueci de tirar o amaciador (sim, esta aconteceu-me)...não tenho tempo para secar o cabelo...onde é que meti as cuecas...mais que raio, eu tenho a certeza que trouxe as meias...
E mesmo que alguém te fique com a cria para poderes finalmente deixar de ser porquinha...estão a ver quando íamos (observem o íamos, passado, ok) para a night abanar o esqueleto e ao fim na noite quando se vai fazer a mija antes de ir para a cama, no silêncio, parecia que ainda se ouvia o bater da musica nos ouvidos?
É isso só que em vez de ser o barulho alto das colunas a bater no cérebro é o choro de um bebé.
5 - O silêncio nunca mais terá o mesmo significados
Eu sou uma pessoa de silêncio, daquelas que vive bem no silêncio, daquelas que aprecia o nada. Depois eles nascem e o silêncio significa apenas e só que estão a fazer merda (ou a dormir mas mesmo assim). Sempre, atenção que isto é importante, SEMPRE que a vossa casa esteja em silêncio e vocês não a estejam ver a cria dormir...eles estão a fazer merda, pode ser ou não literalmente e a ser, nem sempre é na fralda.
6 - "Eu cá faço o que eu quero quando eu quero"
Tu passas é a fazer o que consegues quando tens tempo. Em geral não tens mais que tempo para tratar deles, da casa, do trabalho e pronto, está bom, o resto é tirado a ferros (aconselho a que tirem, que tenham vários partos dolorosos).
7 - A stamina ilimitada que nos batia no espírito principalmente às sextas à tarde.
Não se viu, está desaparecida e quando vem faz visita de médico. Normalmente é assim:
-queres ver um filme?
-Pode ser
Cinco minutos depois
- ZZZzzzzZZZZZ está a chorar? não? ZZzzzzzZZZZZ
-Amor, acorda, são 3 da manhã
E sim, um filme dá para a semana toda
8 - A extrema capacidade de ir ás compras e não comprar nada para ti própria.
Saís de casa para ir ás compras porque precisas mesmo de umas roupinhas que te sirvam no pós parto, dás a volta a todas as lojas e inevitavelmente lá entras naquelas que não só têm roupa de mulher mas também de criança...estrago feito, há sempre alguma coisa em falta (sempre mesmo) e chegas a casa com 30 sacos de coisas de bebé e na sorte com um desodorizante para ti.
9 - O medo sempre o medo
Vais ter de aprender a viver sempre com medo, sempre mesmo, quer seja do certo, do incerto ou do inevitável. Pode ser dos zombies do Apocalipse, que tenha febre depois das vacinas, que o novo alimento faça alergia, que morra de calor a dormir, que fique constipado porque têm pouca roupa vestida, que lhe aconteça alguma coisa, que bata com a cabeça bem no sitio da fontanela, que ponha qualquer coisa má à boca, que a gata lhe arranho os olhos, que a cadela se sente em cima dela, medo de errar, que não saiba o quanto a amamos...que vivas um dia da tua vida sem ela existir ou que ela viva um dia da vida dela sem tu cá estares para ver.
10 - Viveres só para ti
Aproveita bem. É muito bom, muito fixe. É óptimo dependeres só de ti, fazeres o que queres, quando queres, aproveita bem porque de todas as coisas que deixam de ser possíveis esta é a mais difícil de se conseguir manter, aproveita e depois esquece isso. nunca mais vai existir e é a melhor coisa da vida. Cansa, preocupa, irrita, desespera mas ter um filho, criar um filho é a melhor coisa do mundo. O "eu" não desaparece, de certa forma, algures no longo percurso que se percorre desde o momento em que descobrimos que a cria existe até ao ultimo suspiro desta vida, o "eu" está lá mas maior e principalmente depois do parto do "eu" vira "nós".

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2 comentários

  1. Obrigadinha oh companheira! Ontem foram os ovos e hj é isto?n tivesses acabado em bom e n te perdoava! Mania de dizer as verdades todas assim sem aviso prévio =p

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    1. Isso do sem aviso prévio não é bem verdade que eu prometi que nunca te ia faltar com a verdade ou não foi?

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