Depois da mãe besta chega a mãe racional

outubro 14, 2015

O pensamento é lógico, simples e de raciocínio prático.
Sim falamos da creche.
Sim falamos na creche do ponto de vista dos pais.
Não, não vou confessar que afinal me desfiz em lágrimas, vamos só tentar perceber que Maria Carpideira não é assim uma besta tão quadrada quanto isso.
Julgo que o maior objectivo da vida de um pai/mãe é ver o filho evoluir na vida, como ser, como pessoa livre e segura, certo?


Então pessoas cá vai o manual de "como sobreviver aos primeiros dias de creche" em 10 passos:


1 - A escolha.

Super importante, escolher a melhor escola, gostar das educadoras, apoiar o sistema educativo, perceber as regras e estar de acordo. Nem sempre é fácil, por vezes não é perfeito mas o objectivo é escolher a melhor opção, a opção que nos deixe tranquilos e seguros. Vão visitar, várias vezes, a horas diferentes, tomem atenção ao espaço, às atitudes das outras criança. É meio caminho andado para correr bem.


2 - A questão da escola/creche/infantário/ berçário you name it!

Temos de levar a coisa a sério, o berçário não é só o berçário, é a primeira etapa para a independência da cria, é ali que vai aprender a estar sem os pais, onde vai conhecer os primeiros amigos, onde vai criar laços, aprender uns com os outros, aprender a safar-se. Se a coisa correr mal é um primeiro "trauma". O berçário é importante, é a primeira escola, então vamos levar a coisa a sério.


3 - Se comemoramos o final de um ano lectivo porque não comemorar o início?

Porque raio meter na cabeço de pai protector que o primeiro dia vai ser o terror?
Devíamos levar a cria de cabeça erguida, peito feito e se for para chorar que seja de emoção, não há razão para estar triste, é sinal que estão a crescer, a evoluir e estamos cá para os apoiar lembram-se?!


4 - Nunca, jamais em tempo algum mostrar fraqueza.

Eles sentem que ficamos nervosos, tristes e impacientes. Ora, o que é que acontece quando lhes mostramos um sorriso?
Eles sorriem.
Se lhes mostramos o contrário esperam o quê?
Milagres!?
Por mais que custe deixar a cria com estranhos, lá terá de ser, não vale a pena assustar os pequenos. Que fiquem bem, que tenham saudades mas que fiquem bem.


5 - Não se foge da cria, tipo NUNCA!

Eles confiam em nós. Nós somos o ponto seguro. O que é que acontece quando o ponto seguro desaparece do nada?
PANIQUETE GERAL.
Não se faz, sejam adultos sim, não aproveitem que está distraído para dar a fuga, os pequenos ficam baralhados, deve ser uma enorme sensação de vazio, de abandono.


6 - Não olhar para trás, não fazer visitas, não sair da rotina.

À medida que o tempo passa a coisa fica mais fácil desde que se cumpram algumas regras. É dizer adeus, fazer perceber que vamos embora, uma coisa rápida e pronto, até logo.
Não há cá voltar atrás.
Não fazer aquela visita à hora de almoço só porque nos apetece. A cria quando nos vê de novo quer é ir embora, chegar, dizer olá e de seguida dar a fuga, não, só baralha a criatura.
Eles devem aprender que ficam ali na vida deles e que os vamos buscar mas convém existir uma rotina, guiada pela luz solar, pelas refeições e espaços de tempo ou outra qualquer opção, não importa, o que importa é que exista.


7 - Temos de saber ouvir

São as educadoras que estão com eles todo o dia, não nos substituem mas é parecido. Vai existir uma preferida ou não mas o certo é que infelizmente e com muita pena de quem não os pode ver crescer 24h/24h. Esta pessoa é a âncora da aprendizagem destes bebés, devemos perguntar como correu o dia e ouvir a resposta, adaptar o que for preciso e integrar a nossa cria no novo ambiente, porque, por mais amorosa e dedicada que a educadora seja, temos que ser realistas e perceber que é muito mais fácil sermos nós a adaptarmos à situação do que a situação a nós.


8 - Temos que intender

No meu caso ela ainda não fala mas exprime-se absolutamente bem, consigo perceber pelas atitudes dela, pela boa disposição, pela falta de apetite ou rabugice se ela dormiu, se ficou aborrecida com alguma coisa (sim, a minha filha é daquelas que não esquece e amarra o burro). Óbvio que se ela me chegasse a casa todos os dias a chorar, aborrecida, triste e pouco desperta eu ia achar estranho. Mas não, ela é uma miúda feliz lá no espaço dela, confio quando me dizem que correu tudo bem porque ela efectivamente demonstra estar bem, vai ao colo de qualquer uma das auxiliares e agora até não se incomoda com os outros bebés (sim ela chorava e berrava que se desalmava). Os filhos são nossos, com mais ou menos manhas, sabemos se olharmos para eles que estão bem.


9 - Aceitar que realidade é uma e simples, a escola faz-lhes falta.

A minha cria não sabia estar com outras crianças, não temos outras no núcleo de amigos mais próximo com quem ela possa conviver e isso era uma preocupação, era aliás a minha única preocupação em deixar a peste sem mim. Ao fim de um mês tenho a dizer que a escola lhe está a fazer maravilhas, não só não se incomoda em conviver com outras crianças como gosta e ri que se farta. Finalmente dorme de dia e a cria com prognóstico para não chegar a gatinhar, bem, faz corridas com a cadela. A meu ver o único "se não" é as doenças mas um dia ela lá ia ter que as apanhar, a pequena não vive numa bolha.

10 - Relaxar é preciso relaxar criaturas super protectoras.

As educadoras estão lá e se souberam escolher bem, estão lá atentas, treinada. É um lugar pensado para as crias estarem protegidas, muito mais seguro que as nossas casas cheias de tomadas à vista e esquinas de moveis. Têm companhia. São felizes. Óbvio que é uma merda ter de os deixar, principalmente quando o temos de fazer a bebés de colo. No fundo é uma etapa da vida dos nossos filhos, pode correr bem ou mal mas isso acontece durante toda a vida e (esperando sempre que não) há situações bem mais complicadas e difíceis de encarar do que ter de os deixar num sitio que é feito, levado e estudado única e exclusivamente para que possam crescer bem e felizes.

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