Eu tinha uma sala enorme, com tanto espaço que fazia eco.
Nós resolvemos investir na sala de jantar porque Carpideira gosta de uma mesa cheia, de cozinhar para os amigos e porque finalmente a família está perto.
Escolhemos as coisas, fizemos a lista, controlamos o máximo os gastos e preparamos a mente para o investimento.
Para a parte da sala ficamos por 4 cadeiras, uma mesa, tapetes e candeeiros, ..., e um espelho. Um espelho para centrar um a mesa. A mesa é grande, fechada dá para 8 á larga logo o espelho é gigante, tipo de 2 metros estão a ver?
Nós resolvemos investir na sala de jantar porque Carpideira gosta de uma mesa cheia, de cozinhar para os amigos e porque finalmente a família está perto.
Escolhemos as coisas, fizemos a lista, controlamos o máximo os gastos e preparamos a mente para o investimento.
Para a parte da sala ficamos por 4 cadeiras, uma mesa, tapetes e candeeiros, ..., e um espelho. Um espelho para centrar um a mesa. A mesa é grande, fechada dá para 8 á larga logo o espelho é gigante, tipo de 2 metros estão a ver?
De todas as coisas que poderia dizer ás pessoas que me conhecem a que se segue é a mais chocante e a menos provável de acontecer.
Existe no meu mundo uma pessoa super persistente e que eu pensei ter ao longo deste 9 anos vencido pelo cansaço. Aparentemente não!
Por várias razões existênciais já muito decertadas e talvez algumas más experiências sempre disse a quem quisesse ouvir que nunca, nunquinha mesmo me iria casar, sinceramente não me faz sentido, não preciso de um papel assinada e revolta-me que todas as leis neste país (quase todas vá!) sejam feitas de acordo com aquilo que supostamente é o correto não tendo em conta a liberdade que uma pessoa têm (deveria ter) em escolher não se casar. Fico mesmo danada da vida e é coisa que nos últimos meses leva as minhas hormonas ao estado gasoso em menos de meio milésimo de segundo mal contado.
Existe no meu mundo uma pessoa super persistente e que eu pensei ter ao longo deste 9 anos vencido pelo cansaço. Aparentemente não!
Por várias razões existênciais já muito decertadas e talvez algumas más experiências sempre disse a quem quisesse ouvir que nunca, nunquinha mesmo me iria casar, sinceramente não me faz sentido, não preciso de um papel assinada e revolta-me que todas as leis neste país (quase todas vá!) sejam feitas de acordo com aquilo que supostamente é o correto não tendo em conta a liberdade que uma pessoa têm (deveria ter) em escolher não se casar. Fico mesmo danada da vida e é coisa que nos últimos meses leva as minhas hormonas ao estado gasoso em menos de meio milésimo de segundo mal contado.
É assim, simples e fácil.
Com lógica e sem mais nada a acrescentar.
Mulheres vamos a partilhar!
Houve um dia em que fui fofa, inocente e crente nisto que é as relações amorosas. Foi nesta mesma altura em que também era ciumenta e extremamente preocupada com o "se" e a importância de programar tudo com pelo menos menos meio ano de antecedência e a apontar para um futuro distante. Esta altura foi obviamente contrariada com a realidade, percebi que por mais que se controle quando o outro quer fazer o que quer que seja faz e se for inteligente o suficiente tu nunca ficas a saber. Foi portanto na maior tristeza da minha vida, seguida do primeiro desgosto amoroso, as horas infindáveis a chorar baba e ranho até que um dia ao passar-me no espelho analisei a necessidade de estar em absoluto sofrimento e não sei bem como ou quanto tempo levou mas o meu ego cresceu e foi crescendo até ser o suficiente para perceber que ninguém tinha o direito de me magoar de tal forma, eu merecia mais, merecia melhor, decidi que não voltada a cair na mesma conversa, que não me adiantava teimar com o que não valia a pena, que acima de todos eu tinha que gostar de mim e defini a linha que dividia o que eu estava disposta a admitir e o que não. Passei a explicar-me bem explicadinha, nada fica por dizer, peço desculpas por errar mas sou casmurra, muito mesmo.
E depois Ele apareceu e enganou-me, levou-me a crer que não era nada, que daí a uns tempos ia um para cada canto e eu deixei-me ir, deixo-me ir mas continuo casmurra. Ele foi apanhando os cacos, muitas vezes sem saber, do que outros lhe deixaram de legado e eu na minha casmurrice vou atirando as pedras que outros deveriam ter apanhado porque estão abaixo ou acima da minha já pré-delineada linha. Hoje, mais um destes tantos dias em que Ele me leva sem me aperceber, dei comigo a pensar que não sou só eu que tenho um passado e que eu no meu tão bem traçado plano de não me deixar magoar ao longo o caminho o fui magoando sem Ele merecer. Sou fria, na verdade sou verdadeiramente fria no uso e escolha das palavras quando me sinto magoada, é mais forte do que eu, e hoje percebi que Ele não o merece porque a verdade é que se eu não mereço ser magoada, se a minha linha existe, a dele também e eu acho que ás tantas não a tenho levado muito em conta. Acredito que tive de viver o que vivi para chegar aqui, foi mau mas o que hoje tenho, o que temos não seria desta forma se não tivesse sido assim e eu sabendo o que sei hoje teria vivido tudo de novo só para poder dizer que sou a pessoa mais bem enganada de todo o sempre, que na verdade a minha linha não separa o que eu acho merecer ou não, a minha linha separa o antes e o depois dEle. Não sei o que é que me fazes, não sei como é que fazes mas dobras a minha casmurrice com uma pericia incrível e eu só me dou conta muito tempo depois, levas-me para onde nunca quis ir e tudo isso só me traz felicidade, se calhar devia de confiar mais no que me dizes principalmente quando repetes e teimas, já vai na altura de perceber que eu sou a casmurra mas tu dás-me a volta, sempre não é?
Desculpa se não te estimo devidamente ou melhor, se não o demonstro como devia mas para que conste e apesar das coisas feias que volta e meia te digo eu sei o que fazes por mim e por nós e hoje é importante que sabias, que eu te diga, eu sei, obrigado!
Querida cria!
Hoje é o teu primeiro Red Lipstick day, pelo menos que eu tenha conhecimento disso :)
Ontem, quando íamos para casa ouvi uma noticia que se referia a um estudo internacional sobre violência para com crianças e foi com imensa revolta, choque, espanto e indignação que ouvi a jornalista dizer que nesse estudo cerca e 80 e qualquer coisa % das raparigas considera que a violência doméstica do tipo psicológico e até algumas chapadas de vez em quando não só são normais como são até saudáveis para a relação com os namorados. Nem sei que diga. Não é verdade sabes?
Vais saber ou pelo menos espero conseguir transpor para ti a ideia que ninguém, em tempo algum te deve maltratar, humilhar ou não te dar o valor que com certeza te será devido. Nada, percebes, nada nem ninguém independentemente do género ou estrato social é de alguma forma superior a ti de modo a que lhe seja permitido fazer contigo ou de ti o que lhe convém ou apetece.
Tens os teus direitos, a tua liberdade de seres mulher, seres feminina ao mais alto nível quer o teu batom seja vermelho ou cor de pele.
Nunca te esqueças disso, sei que vais ouvir e levar com opiniões ultrapassadas mas assim como tenho a certeza que vais ser o meu Karma também tenho a certeza que todas essas opiniões te vão levar a teimar e a persistires até conseguires mudar uma opinião que seja.
Porque não somos putas por pintar os lábios de vermelho, andar de botins de salto fino ou com tops de ceda transparente, não é isso que nos define mas sim a postura e o respeito que exigimos aos outros, o respeito que nos é devido mas que muitos se esquecem de nos dar, nasces com o direito a ele sabes?
Só depende de ti não o perderes, porque isso pode acontecer se não tiveres a noção que andar de cabeça erguida não é o mesmo que se achar superior, nem o teu direito ao respeito dos outros anula o respeito que lhes deves a eles. Porque usar um perfume atraente e ter um olhar penetrante não quer dizer que qualquer um te possa levar para a cama. Porque vestir bem não é uma questão de dinheiro mas de bom gosto e estilo próprio. Porque saberes o que queres e lutares por isso não te vai nunca dar o direito de passares por cima dos sonhos dos outros.
No fundo ser mulher não passa por usar um bom e caro batom vermelho mas sim por saber mostrar aos outros (e principalmente a ti própria) que tens o direito a usa-lo e que ninguém têm o direito de te julgar por isso.
Love.
Hoje é o teu primeiro Red Lipstick day, pelo menos que eu tenha conhecimento disso :)
Ontem, quando íamos para casa ouvi uma noticia que se referia a um estudo internacional sobre violência para com crianças e foi com imensa revolta, choque, espanto e indignação que ouvi a jornalista dizer que nesse estudo cerca e 80 e qualquer coisa % das raparigas considera que a violência doméstica do tipo psicológico e até algumas chapadas de vez em quando não só são normais como são até saudáveis para a relação com os namorados. Nem sei que diga. Não é verdade sabes?
Vais saber ou pelo menos espero conseguir transpor para ti a ideia que ninguém, em tempo algum te deve maltratar, humilhar ou não te dar o valor que com certeza te será devido. Nada, percebes, nada nem ninguém independentemente do género ou estrato social é de alguma forma superior a ti de modo a que lhe seja permitido fazer contigo ou de ti o que lhe convém ou apetece.
Tens os teus direitos, a tua liberdade de seres mulher, seres feminina ao mais alto nível quer o teu batom seja vermelho ou cor de pele.
Nunca te esqueças disso, sei que vais ouvir e levar com opiniões ultrapassadas mas assim como tenho a certeza que vais ser o meu Karma também tenho a certeza que todas essas opiniões te vão levar a teimar e a persistires até conseguires mudar uma opinião que seja.
Porque não somos putas por pintar os lábios de vermelho, andar de botins de salto fino ou com tops de ceda transparente, não é isso que nos define mas sim a postura e o respeito que exigimos aos outros, o respeito que nos é devido mas que muitos se esquecem de nos dar, nasces com o direito a ele sabes?
Só depende de ti não o perderes, porque isso pode acontecer se não tiveres a noção que andar de cabeça erguida não é o mesmo que se achar superior, nem o teu direito ao respeito dos outros anula o respeito que lhes deves a eles. Porque usar um perfume atraente e ter um olhar penetrante não quer dizer que qualquer um te possa levar para a cama. Porque vestir bem não é uma questão de dinheiro mas de bom gosto e estilo próprio. Porque saberes o que queres e lutares por isso não te vai nunca dar o direito de passares por cima dos sonhos dos outros.
No fundo ser mulher não passa por usar um bom e caro batom vermelho mas sim por saber mostrar aos outros (e principalmente a ti própria) que tens o direito a usa-lo e que ninguém têm o direito de te julgar por isso.
Love.
Nem sei bem o que diga.
É triste.
É no fundo isso, triste.
E é triste porque é um ser que não merecia tamanha provação, não por ser em específico uma criança mas também porque o era. Era um ser em formação com todas as possibilidades pela frente. Uma criança que como todas as crianças acredita com tal afinco que nos leva a acreditar com ela.
Não a conheci como muitos.
Não acompanhei afincadamente a sua história.
Mas neste momento o meu coração aperta-se tão pequenino que me parece poder impludir, tenho lágrimas aos olhos...é triste...é imensamente triste o seu percurso não ter tido outro final mas parece-me que a guerra dela acabou o que de certa forma pode consolar mentes e sentidos. Neste momento as minhas lamúrias são para com a família, são para os pais, a guerra destes só fez aumentar e aqui no meu cantinho de quem vive precisamente o oposto não consigo deixar de pensar como é que é esse sentimento de tamanha perda vivivel, por maior que seja a aprendizagem deixada e até a tranquilidade final por saber que no fundo agora o sofrimento é só deles e não dela, como é que se faz, como é que se vive assim?
Como disse não os conheço.
No fundo e na minha sinceridade egoísta espero nunca ter sequer um vislumbre do que possa ser esse sentimento, esse vazio mas aqui neste cantinho meu, com uma cria que ainda nem nome têm dói-me a alma, choram-se as mágoas de outros, parte-se um pouco da magia permitida neste estado e alimenta-se um medo.
Qual fornalha de porta aberta alimentada com gordos toros de um dia vir a perceber o que eles estão a sentir e morrer de aflição.
É triste.
É no fundo isso, triste.
E é triste porque é um ser que não merecia tamanha provação, não por ser em específico uma criança mas também porque o era. Era um ser em formação com todas as possibilidades pela frente. Uma criança que como todas as crianças acredita com tal afinco que nos leva a acreditar com ela.
Não a conheci como muitos.
Não acompanhei afincadamente a sua história.
Mas neste momento o meu coração aperta-se tão pequenino que me parece poder impludir, tenho lágrimas aos olhos...é triste...é imensamente triste o seu percurso não ter tido outro final mas parece-me que a guerra dela acabou o que de certa forma pode consolar mentes e sentidos. Neste momento as minhas lamúrias são para com a família, são para os pais, a guerra destes só fez aumentar e aqui no meu cantinho de quem vive precisamente o oposto não consigo deixar de pensar como é que é esse sentimento de tamanha perda vivivel, por maior que seja a aprendizagem deixada e até a tranquilidade final por saber que no fundo agora o sofrimento é só deles e não dela, como é que se faz, como é que se vive assim?
Como disse não os conheço.
No fundo e na minha sinceridade egoísta espero nunca ter sequer um vislumbre do que possa ser esse sentimento, esse vazio mas aqui neste cantinho meu, com uma cria que ainda nem nome têm dói-me a alma, choram-se as mágoas de outros, parte-se um pouco da magia permitida neste estado e alimenta-se um medo.
Qual fornalha de porta aberta alimentada com gordos toros de um dia vir a perceber o que eles estão a sentir e morrer de aflição.
Existe uma grande diferença entre as dores de costas e as dores de hérnia.
É tipo a diferença entre as dores de cabeça e a enxaqueca.
Eu cá que gosto de tudo em grande resolvi ter as duas coisas.
Sim, porque já não me bastava ter 8 kg a mais empinados para a frente a minha á algum tempo esquecida amiga residente na L5 resolveu dar de si. Agora para alem da cinta, da miúda não gostar de estar apertada, de passar pelo menos 8 horas sentada ainda tenho a visita indesejada.
Esta pessoa que ontem até foi á médica expõem o caso para apenas e só ouvir aquilo que já sabia, NADA, não há nada que possa fazer, diz ela para o Pai da cria se aplicar nas massagens e pôr uns saquinhos de água quente, assim como se isso fosse resolver a coisa, não resolve, isso já eu faço à tanto tempo que parece que ando nisto à séculos. Acrescenta ainda que se estiver MESMO MESMO muito mal posso tomar analgésico mas que não recomenda e que fica á minha responsabilidade (como se fosse preciso acrescentar a segunda parte).
Conclusão, mãe sofre e continua a sofrer pelos vistos.
Se bem me lembro a única posição que me aliviava a dor na fase em que não conseguia andar era mesmo super direita e de papo para o ar.
Ora bem, não vai dar.
Ainda estou na fase em que pareço um pirata de perna de pau a andar, não consigo evitar o levantar sem um "Ai" e os primeiros dois passos é tipo por arrasto. A conduzir fico com a perna esquerda dormente. Suponho que com o aumento esperado do peso isto vai piorar e suponho também que ficar de papo para o ar não vai dar.
Raios para isto!
É que toda a gente fala do mesmo EM TOOOODOOO O SITIO!!
Aqui a pessoa pensou:
"Ah o cheiro dos livros novos!"
"Ah o ir escolher os cadernos fofinhos e a lista do material e todos os outros requisitos"
:D
:)
:/
:(
OH SHIT!
Isto, não vai acontecer só aos 6 anos não é?
A cria vai acabar por ir para a creche e tal o que vai ser não tarda nada!
Como raio é que eu vou deixar a pequena lá, sem nós, com pessoas que na realidade não conheço?
Ai Ai!!
Existe manual de instruções para isto não é?
Uma pessoa têm que ir escolher a cresce não é?
Como é que isso se deve fazer?
É preciso marcar?
O que é que se deve ter em conta?
Alguém têm assim uma lista de dicas de como-escolher-a-pessoa-que-vai-ajudar-a-criar-a-cria?
Oh Caramba que já devia ter levado a coisa mais a sério não era?
Chibem-se todas!
A sequência deste post recebi um comentário pouco fofo sobre o meu parecer em relação ao do MEU ponto de vista, não estado de graça.
Na altura li, voltei a ler, não aceitei mas deixei na caixa.
Volta e meia ia lá ler até ao dia em que farta de ver aquilo e num misto de não quero saber com este não é o tipo de pessoa que devo dar atenção porque na verdade não é o tipo de pessoa que não me deve vir aqui ler, apaguei a coisa e pensei em esquecer o amontoado de palavras que até então não me sai da cabeça e que já me levou até a pensar que se calhar não devia ter escrito tal texto.
E este é um misto de "lamento mas não mudo de opinião" com "peço desculpa se feri alguém" e ainda "consigo perceber mas não mereci ser atacada dessa forma".
E mais uma vez, as hormonas falam por mim, ok?!
O comentário era agressivo, cheio de ofensas mas a conclusão a tirar era a seguinte
Senhora a chegar aos 40 que andava à uns quantos anos a tentar engravidar e não conseguia, estava raivosa, e eu até percebo que uma pessoa têm o seu direito de ficar tocada por querer tanto uma coisa que eu resolvi dizer com todas as letras que não pretendia repetir porque não gosto.
Juro que não consegui deixar de sentir uma certa pena (e o que eu odeio penas!).
Mas a senhora vai longe de mais e diz que eu não devia ter sido abençoada com tamanha grandeza, que existem pessoas como eu que nunca deveriam ser mães e que eu se tivesse juízo pensava em arranjar ajuda psicológica porque não é normal uma gravida não gostar de estar grávida.
Disse também algo como, "o seu companheiro devia de ter muito cuidado porque ainda afoga o bebé na banheirinha".
Claro que era anónimo.
Fiquei triste, mesmo muito!
Não fui compreendida em ponto algum, sei que é sempre um risco uma pessoa expor os seus pensamentos mais íntimos como eu tenho feito mas juro que esta não estava à espera.
Sei que não é para levar a séria mas não consigo deixar de ver as letrinhas a passar tipo letreiro de cinema principalmente naqueles dias em que uma futura mãe de primeira viagem se sente mais insegura.
Acho que precisava de expor a situação, se a dita senhora me estiver a ler, garanto que não tinha a intenção de tocar num assunto tão complicado como este.
Mas também tenho a dizer que a minha opinião continua a mesma, a gravidez não é uma coisa SÓ linda de se viver, não para todas as mulheres, lamento.
Na altura li, voltei a ler, não aceitei mas deixei na caixa.
Volta e meia ia lá ler até ao dia em que farta de ver aquilo e num misto de não quero saber com este não é o tipo de pessoa que devo dar atenção porque na verdade não é o tipo de pessoa que não me deve vir aqui ler, apaguei a coisa e pensei em esquecer o amontoado de palavras que até então não me sai da cabeça e que já me levou até a pensar que se calhar não devia ter escrito tal texto.
E este é um misto de "lamento mas não mudo de opinião" com "peço desculpa se feri alguém" e ainda "consigo perceber mas não mereci ser atacada dessa forma".
E mais uma vez, as hormonas falam por mim, ok?!
O comentário era agressivo, cheio de ofensas mas a conclusão a tirar era a seguinte
Senhora a chegar aos 40 que andava à uns quantos anos a tentar engravidar e não conseguia, estava raivosa, e eu até percebo que uma pessoa têm o seu direito de ficar tocada por querer tanto uma coisa que eu resolvi dizer com todas as letras que não pretendia repetir porque não gosto.
Juro que não consegui deixar de sentir uma certa pena (e o que eu odeio penas!).
Mas a senhora vai longe de mais e diz que eu não devia ter sido abençoada com tamanha grandeza, que existem pessoas como eu que nunca deveriam ser mães e que eu se tivesse juízo pensava em arranjar ajuda psicológica porque não é normal uma gravida não gostar de estar grávida.
Disse também algo como, "o seu companheiro devia de ter muito cuidado porque ainda afoga o bebé na banheirinha".
Claro que era anónimo.
Fiquei triste, mesmo muito!
Não fui compreendida em ponto algum, sei que é sempre um risco uma pessoa expor os seus pensamentos mais íntimos como eu tenho feito mas juro que esta não estava à espera.
Sei que não é para levar a séria mas não consigo deixar de ver as letrinhas a passar tipo letreiro de cinema principalmente naqueles dias em que uma futura mãe de primeira viagem se sente mais insegura.
Acho que precisava de expor a situação, se a dita senhora me estiver a ler, garanto que não tinha a intenção de tocar num assunto tão complicado como este.
Mas também tenho a dizer que a minha opinião continua a mesma, a gravidez não é uma coisa SÓ linda de se viver, não para todas as mulheres, lamento.
Possivelmente a maior certeza que tenho de algum tempo para cá.
Conseguimos ir traçando o caminho da forma que achamos mais correta tendo em conta os nossos ideais e princípios mas a duvida está sempre lá, sempre!
Não quero errar, não quero fazer a escolha errada, mas não é fácil. Tenho de ponderar um sem fim de coisas que me metem a consciência aos pulos.
No fim de Setembro a médica disse que me ia mandar para casa, não há mais negociação, passo muito tempo sentada e apesar de ter conseguido controlar a tensão não é só esse o problema agora, a miúda não gosta desta posição de secretária teimosa, por mais que me estique, que ande não consigo chegar ao final do dia sem ter dores mas costas e a conseguir andar como as pessoas normais. Devia estar contente porque não vou para casa com baixa por gravidez de risco é mais uma questão de precaução, posso ocupar o tempo com o preparar as coisas para a pequena, quarto, enxoval e assim, mas não consigo tirar da cabeça a situação que vou deixar a minha colega de trabalho, sou precisa mesmo que a meio tempo.
Depois temos a questão do nome, raios que não chegamos a conclusão nenhuma e eu ando aqui farta de lhe chamar cria, pequena, peste... preciso de um nome caramba!
Não a quero baptizar, quero adiar o mais possível a ida para a cresce, quero escolher a melhor...
E ao mesmo tempo não faço ideia do que ando a fazer.
Melhor, não faço ideia se o que ando a fazer é bem feito.
Não há livro, manual de instruções ou raio que valha e mesmo o que existe ao dispor nem sempre vai de encontro com o que nós achamos que deveria ser, no meu caso digamos que é em geral tudo ao contrario.
Penso e volto a pensar.
No fundo, apesar da duvida e do medo instalado, tenho a consciência tranquila numa coisa que me chega, tudo o que escolhi fazer ou não até agora foi convencida que fazia, fazíamos, a escolha certa, isso têm que contar para alguma coisa não é?
Talvez.. talvez não, não fazemos mesmo a menor ideia do que andamos a fazer.
Talvez sejam erros atrás de erros.
Talvez não!