Eram precisamente 10h33 quando ouvi o "... então o que é que lhe fizeste?..." Seguido de uma conversa de corredor em tom de brincadeira. Durou nem cinco minutos e foi o suficiente para perceber que um buraco do tamanho do mundo se abriu no meu coração.
As paredes tem ouvidos, sempre ouvi dizer, parece que é verdade.
E a verdade tende a magoar.
Eram 10h40 e ainda continuava de pé, no mesmo sítio a tentar juntar peças e perceber o que raio havia feito. Nada, foi a conclusão.
Já havia percebido alguns atritos, bocas para o ar e chega para lá mas o meu eu crente e burro foi arranjando desculpas, encobrindo as ranhuras causadas pelos tremores de terra no meu chão firme. Levei 24h e mais algumas a digerir. Juntei mais peças, esforcei-me a lembrar das outras ocasiões e percebi de onde vem o problema.
Percebi também as outras atitudes que me levei a ter para com outros e como, talvez, tenha sido tão bruta para com os meus enquanto camuflava os outros com desculpas. Perdi raízes, boas ou más não importa, perdi.
Ainda incrédula levantei uma questão, rezei para que me fosse negada porque era sempre melhor colocar mais um pilar na casa a ruir do que a deixar cair de vez...eu não posso deixar a casa cair, pensei.
A negação não veio.
O pilar desapareceu.
A casa caiu.
Os outros ficaram lá, junto com o buraco.
As minhas raízes não estão cá para me amparar.
As paredes tem ouvidos, sempre ouvi dizer, parece que é verdade.
E a verdade tende a magoar.
Eram 10h40 e ainda continuava de pé, no mesmo sítio a tentar juntar peças e perceber o que raio havia feito. Nada, foi a conclusão.
Já havia percebido alguns atritos, bocas para o ar e chega para lá mas o meu eu crente e burro foi arranjando desculpas, encobrindo as ranhuras causadas pelos tremores de terra no meu chão firme. Levei 24h e mais algumas a digerir. Juntei mais peças, esforcei-me a lembrar das outras ocasiões e percebi de onde vem o problema.
Percebi também as outras atitudes que me levei a ter para com outros e como, talvez, tenha sido tão bruta para com os meus enquanto camuflava os outros com desculpas. Perdi raízes, boas ou más não importa, perdi.
Ainda incrédula levantei uma questão, rezei para que me fosse negada porque era sempre melhor colocar mais um pilar na casa a ruir do que a deixar cair de vez...eu não posso deixar a casa cair, pensei.
A negação não veio.
O pilar desapareceu.
A casa caiu.
Os outros ficaram lá, junto com o buraco.
As minhas raízes não estão cá para me amparar.
Existe uma causa em mim, uma causa monstra que por vezes eu acredito ser uma péssima causa, uma causa de nome Amor Próprio, tantas vezes por mim rebaixada, esquecida a bem de suportar causas alheias, Deus, como é possível tanta ideia numa mulher só e tanta falta de bom senso para o seu egoísmo!?
O que me custa nem é a forma como me chega a informação, o que me custa não é a informação em si. O que me custa é o repórter deste escândalo interno ser tão próximo, ser uma pessoa de confiança, e como eu levo tempo a confiar, o que me custa é eu me ter esforçado tanto para ser tão transparente e ainda assim as pessoas tendem a ver o vidro embaçado como óculos fundo de garrafa.
Mais 24h passaram e não houve um consolo, não houve uma resposta justa, não houve nada mais que esta desilusão que dói e mói, que é escura de tão repentina e sem aviso.
Os actos podem ser sim para quem os toma, parece-me que devemos todos olhar para os nossos umbigos de vez em quando. As palavras são para quem as diz e devíamos ter bem em conta o que dizemos. Talvez não se façam ruir mais casas se o fizermos. Porém, há estragos que não podem ser remediados. Há trancas a passar e muros a construir porque o buraco, o entulho pode e vai lá ficar para sempre mas o terreno está cercado e a porta trancada.
Decidi não dar resposta, vamos todos fazer de conta que está tudo bem, não haverá consolo, pedidos de desculpa nem tão pouco abraços e esforço. Não me vou explicar, não vou esperar mais nada nem tão pouco ficar calada. Espero retaliação de qualquer das formas independente da atitude que tome, será talhada para mim, erguida num monte de teorias sobre o "eu sou assim" e remates de "a vida ensinou-me". Eu digo QUE SEJA!
Aqui, neste meu buraco no peito, onde ecoa a desilusão e a injustiça passa um vento que grita para a minha consciência "não fizeste nada de mal" e isso terá de chegar.
Decidi não dar resposta, vamos todos fazer de conta que está tudo bem, não haverá consolo, pedidos de desculpa nem tão pouco abraços e esforço. Não me vou explicar, não vou esperar mais nada nem tão pouco ficar calada. Espero retaliação de qualquer das formas independente da atitude que tome, será talhada para mim, erguida num monte de teorias sobre o "eu sou assim" e remates de "a vida ensinou-me". Eu digo QUE SEJA!
Aqui, neste meu buraco no peito, onde ecoa a desilusão e a injustiça passa um vento que grita para a minha consciência "não fizeste nada de mal" e isso terá de chegar.
"Bem aventurados aqueles que nada esperam, pois nunca serão desiludidos"
Levei isto como mote durante meia vida.
Preciso alterar para "bem aventurados aqueles que todo o mal esperam, pois um dia serão bem surpreendidos".
Preciso alterar para "bem aventurados aqueles que todo o mal esperam, pois um dia serão bem surpreendidos".
Que é como quem quer dizer:
- Foi-me oferecido no Natal.
- Comecei a ler tem uns 2 meses.
- A história não é má.
- Ganhou uns 30.000 prémios e mais alguma coisa.
Eu cá achei uma leitura pesada, não fui capaz de ler mais que 3 páginas por noite e a última era sempre para ler no dia seguinte porque não ficava nada nesta cabeça.
Quando a personagem começa a viver com os índios e a mandar em si próprio a descrição começa a ser mais fácil de ler e aí sim consegui dar um avanço mas creio que se não tivesse levado para férias ia acabar o dito só no natal deste ano, com sorte.
A determinada altura fez-me confusão a descrição que é feito sobre o que é ser um escravo, custa-me pensar que alguns humanos raptavam, vendiam e mal tratavam outros sem que estes nada tivessem feito e como se não bastasse usurpar as suas terras e princípios.
De qualquer forma, é um tipo de diário (coisa que eu por acaso não sou muito fã) e consta que foi baseado numa história real, levou muito tempo de pesquisa e historicamente está absolutamente bem enquadrado na realidade, ou seja, para quem goste de livros do género é sim uma excelente opção, para os que não são fã, acho que também não é desta que vão ficar.
- Foi-me oferecido no Natal.
- Comecei a ler tem uns 2 meses.
- A história não é má.
- Ganhou uns 30.000 prémios e mais alguma coisa.
Eu cá achei uma leitura pesada, não fui capaz de ler mais que 3 páginas por noite e a última era sempre para ler no dia seguinte porque não ficava nada nesta cabeça.
Quando a personagem começa a viver com os índios e a mandar em si próprio a descrição começa a ser mais fácil de ler e aí sim consegui dar um avanço mas creio que se não tivesse levado para férias ia acabar o dito só no natal deste ano, com sorte.
A determinada altura fez-me confusão a descrição que é feito sobre o que é ser um escravo, custa-me pensar que alguns humanos raptavam, vendiam e mal tratavam outros sem que estes nada tivessem feito e como se não bastasse usurpar as suas terras e princípios.
De qualquer forma, é um tipo de diário (coisa que eu por acaso não sou muito fã) e consta que foi baseado numa história real, levou muito tempo de pesquisa e historicamente está absolutamente bem enquadrado na realidade, ou seja, para quem goste de livros do género é sim uma excelente opção, para os que não são fã, acho que também não é desta que vão ficar.