E eu que não queria amamentar.

fevereiro 11, 2015

Depois disto e disto acontece isto e eu tenho agora mais uma questão.
Não sei se foi da operação, se da medicação, se do stresse ou se da tristeza mas estou a secar.
E é tão mas tão frustrante que nem sei como me explique.
Andei praticamente 2 meses a lutar contra o dar fórmula á pequena e de nada me valeu.
Fiz noitadas seguidas para não saltar nenhuma mamada para ela engordar como devia de ser e quando finalmente ela está a conseguir virar gordinha, pumba, surpresa, agora não dá mais e vais ter mesmo que recorrer á comida de plástico. Na minha cabeça forma-se a ideia de que estou a alimentar a pequena com algum tipo de fast-food e no fundo é isso.
No dia em que me esvai, a única preocupação que tive no momento foi de como é que ia fazer para alimentar a pequena se tivesse de ficar no hospital. Estava a ver a coisa complicada. Estava quase na hora de ela mamar e enquanto esperava pela ambulância ainda me sentei no cadeirão e dei de mamar na esperança que não fosse nada e que em 3 horitas estaria em casa. Enquanto isso obrigava a minha mãe já em nervos de franja a ligar para o pediatra para ele lhe dizer que leite lhe devia comprar, não fosse a coisa correr mesmo mal, podia acontecer tudo menos ela ficar mal. O facto de me estar a esvair não interessava nada se ela estivesse bem e de barriga cheia, no fundo a única coisa de que ela estava realmente dependente de mim era por causa da comida e eu tinha que resolver esse problema, rápido e bem. Quando dei conta do que me estava a acontecer já tinha a coisa orientada e com isso fiquei mais relaxada pensando sempre que era uma coisa provisória, pensando no ainda bem que insisti tanto para ele aprender a dar o meu leite no biberão não me fosse acontecer alguma coisa. Voltei para casa e agora tenho uma mama praticamente seca e na outra só consigo extrair uns 70 mililitros dia. Estava a conseguir recolher uns 70 para cada mamada e esto já depois de ela ter mamado. É frustrante. E sim, eu sei que não me adianta de nada estar danada da vida, revoltada até. Sei que só dá o resultado oposto. Quero alimentar a minha filha e por causa de um triste incidente não o consigo fazer, ela bem que tenta mas também ela fica danada porque puxa e puxa e nada sai. A sorte é que não rejeitou o leite em pó e que o bebe mesmo bem. Eu sei que não é o fim do mundo e que ela não é a única criança nesta condição. Sei também que o biberão têm a vantagem de que ela come muito mais rápido, uma pessoa consegue orientar de uma melhor forma os horários e fisicamente não é tão desgastante mas de todas as vezes que tenho que lhe enfiar o biberão goela abaixo sou invadida por uma tristeza que nitidamente não fazia ideia que um dia poderia sentir e que se mistura numa raiva por ter a ideia que isto que me aconteceu não passou da incompetência de alguém. E eu nem queria amamentar. Não queria, passei a querer e depois a gostar de e agora não posso porque não consigo. E é uma merda.

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