Crias, o verdadeiro núcleo de terroristas

janeiro 13, 2015

Nunca me senti de tal forma dominada nesta minha vida. Julgo que vivo um certo terror psicológico do qual não quero fugir porque na maioria das vezes esta prisão onde me fui meter é o melhor lugar onde já estive. Mas é um terror. E não me venham com fonhónhós e fitinhas a ver se embelezam a coisa porque todas as mães deste mundo de certeza absoluta que nem que seja por uma vez já se sentiu assim, qual masoquista de sua própria vida, sem querer trocar um segundo da companhia dos filhos por outra qualquer mas ao mesmo tempo com a maior vontade de levantar, virar costas e correr para longe até perder o fôlego (ou as pernas) e nunca mais voltar para o mundo das cólicas, fraldas soltas que deixam escapar a merda até ao meio das costas e das dúvidas agravadas por aquilo que os outros dizem. É incrível como tão pequenos seres viram a nossa vida de forma tão abrupta e nós adultos formados e que ao contrário deles estamos cheios de experiências e conhecimentos nos deixamos levar de sorriso nhanhoso nos lábios como se estivéssemos constantemente bêbedos. Desde o primeiro segundo eles sabem bem que nos controlam, sabem o quão valiosos são e são uns terroristas. É mesmo isto, todos eles fazem parte de uma qualquer seita secreta em que o principal objectivo é serem amados por toda uma família, amigos e até perfeitos desconhecidos. A formação deles é meticulosa, bem estudada e posta em prática assim que nós damos pela existência deles piorando bastante quando os vemos pela primeira vez e quase como se tivéssemos um botão interno já estamos a chamar o companheiro por pai e os pais por vovós, passamos a acabar todas as palavras com carINHOS e falamos de forma abebézada como se de alguma forma eles nos fossem perceber melhor. Tudo é em primeiro lugar para eles mesmo que isso signifique almoçar à hora de jantar só porque eles acham que lhes dói a barriga. E eles ainda gozam com uma pessoa. Parece que têm um radar interno que detecta todo e qualquer movimento ou pensamento que vá para lá daquilo que são eles e as suas necessidades. E choram, choramingam, mexem os braços e pernas de forma duvidosa antevendo uma tremenda berraria e nós, pais influenciáveis vamos na conversa,  bêbedos deste amor que nos preenche e nos corrói com dúvidas e medos,  muitos e intermináveis medos que se desvanecem a cada sorriso, ar de conforto, reconhecimento e (raios se é possível) fraldas soltas que deixam passar a merda até meio das costas.

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