É uma questão de orientação e um problema de hormonas

setembro 25, 2014

Eu tinha uma sala enorme, com tanto espaço que fazia eco.
Nós resolvemos investir na sala de jantar porque Carpideira gosta de uma mesa cheia, de cozinhar para os amigos e porque finalmente a família está perto.
Escolhemos as coisas, fizemos a lista, controlamos o máximo os gastos e preparamos a mente para o investimento.
Para a parte da sala ficamos por 4 cadeiras, uma mesa, tapetes e candeeiros, ..., e um espelho. Um espelho para centrar um a mesa. A mesa é grande, fechada dá para 8 á larga logo o espelho é gigante, tipo de 2 metros estão a ver?

O problema começou quando eu activei o meu sentido design e fiz contas milimétricas de cabeça para concluir que a mesa era grande de mais para o espaço e que o espelho não iria dar para pôr na parede que eu pretendia o que queria dizer que os cubos para o pseudo bar não poderiam ficar onde eu queria e pronto estava o apocalipse instalado. A coisa piorou quando Ele resolveu que tinha porque tinha que trazer tudo em tamanho enorme e não adiantou eu explicar ou tentar explicar que não dava e que havia outras opções dentro do que queríamos e que até ficava mais barato. Lá fomos nós e lá veio tudo conforme o plano inicial.
Não fiquei satisfeita, nem com o que veio nem com Ele. Não conseguia olhar para a confusão de caixas sem pensar no que se aproximava. As caixas foram desempacotadas, as coisas ficaram à mostra e a minha raiva foi crescendo, eu sabia que aquilo ia acontecer, não serve, não cabe e é grande de mais. Começou um sem fim de possibilidades ao qual os ajudantes de montagem acrescentavam sempre o "assim fica bem!" e o "porque é que não fica assim?". E eu sempre a pensar que não é que ficasse mal mas não era como eu queria nem como tinha planeado. Acabámos o dia de trombas e com caixas espalhadas por todo o lado e nada, nadinha nos sítios nem nos supostos nem nos alternativos.
No dia seguinte nem conseguia olhar para o arrombo na minha carteira. De cada vez que tentava vinha-me a raiva e de cada vez que olhava para o dito espelho desatava a chorar no mínimo uma hora.
No fundo a culpa não era dele, nem do conjunto de coisas e nem do espelho.
A culpa é das hormonas.
A coisa passou e lá chegámos a uma conclusão e quatro dias depois estava tudo montado.
Não posso dizer que não gosto.
Também não posso dizer que está perfeito.
Mas posso dizer que já me consigo sentir em casa apesar de agora ter um enorme espelho no qual ainda não me consegui ver (relembro que até aqui me queixava porque nenhum dos espelhos da casa davam para me ver das mamas para baixo) porque de cada vez que a moldura do mesmo entra no meu campo de visão o meu bico de pato começa a dançar um estranho mambo e os lágrimas começam a querer sair.


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