Feminista para sempre

março 08, 2018

Vejo-me com 90 anos em marcha livre pelas jovens mulheres, no entanto, desejo que isso não tenha que acontecer...mas estarei lá se conseguir, se ainda for preciso.
Estarei lá como estou hoje, triste e revoltada por ter, ainda, que me fazer ver nesta luta mas de cabeça erguida por todas as que não têm a possibilidade de o fazer.
Vivemos muito devagar para estes temas, vivemos devagar e ignorando as dores das outras que vivem em realidades bem piores que as nossas, em mundos surreais para a nossa cabeça de mulheres independentes.
Independentes, digo eu, porém ainda dependentes desta herança que é ser mulher, nós, de quem depende o futuro, nós que educamos, nós que gerimos, que negociamos, que conquistamos, nós que inventamos, insistimos, nós que vamos inovando, nós que somos tanto para tanta gente e que ao mesmo tempo tanto nos conseguimos falhar.
Espero que sejamos cada vez mais e melhores, que saibamos educar para igualdade de género, de viver, de possibilidade, de associação, no fundo é disto que este dia trata. Que haja cada vez mais em cada uma de nós o espirito de trabalhadora fabril mas que o sucesso se veja não como este exemplo mas como o da Islândia, das suas mulheres, das suas salsichas (se não conhecem a história procurem, é no mínimo irónica), que não existam mais confrontos como os que já ouvi anunciarem hoje vindos aqui do lado.
Confesso-me curiosa quanto às tão publicitadas medidas que o nosso estado irá apresentar hoje, muito curiosa mesmo.
Enquanto não sei de mais, vou fazendo o que sei melhor, vou vivendo como a mulher que os meus pais tiveram a capacidade de cria, uma mulher independente, capaz de se igualar, de pedir, de dizer que não e de o cumprir. A mulher que se faz acompanhar de um companheiro feminista, que juntos criam uma pequena cria espevitada que pelos seus 3 anos já sabe que não há brincadeiras de meninos e brincadeiras de meninas, que sabe que os papás são carinhosos, que as mães são fortes e que "o mundo é grande mamã, e eu vou conhecer todo...se eu quiser". O resto?
O resto é caminho, dela, nosso, meu, o resto é ver como corre, como o tempo corre, como ela corre.
É só, agradecida!

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