Quando percebes o que realmente vale a pena

agosto 03, 2014


Pessoas com consciência, somos a maioria de nós seres pensantes pessoas com consciência.
Consciência daquilo que se passa em torno de nós próprios, da nossa vida, do nosso circulo de conhecimentos e amizades.
Talvez por isso passamos grande parte da vida a tentar resolver situações lamentosas e a tentar fechar feridas abertas. As amizades são com certeza o tipo de relacionamento que mais facadas leva, por diversas razões e reacções. Por vezes coisas simples são levadas a sério de mais e vice-versa e alguém acaba por ficar magoado, por vezes sem que sequer a outra parte note o que se passa. As pessoas separam-se de forma mais natural neste tipo de relacionamentos e talvez por ser um relacionamento mais frágil as separações são na maioria definitivas no entanto são as amizades a relação mais fácil de resolver quando acontece alguma coisa desagradável, se a amizade for verdadeira claro está, porque uma destas assim a sério leva com as verdades quer se queira quer não, magoam na mesma mas existe sempre o depois, o abraço apertado e a palavra de conforto, o incentivo e o acompanhamento para dias melhor e são estas coisas, que os amigos ao contrario da família nos dão, sem terem qualquer obrigação para, porque se escolhem, se mimam e se criam num laço forte sem comparação vale sem sombra de duvidas a pena de se ter e estimar.
No sábado recebo a mensagem que não se conta de:
-Estou por aqui e queria estar contigo.
E basta, quando se gosta para mudar os planos apertados. Desta vez valeu-me ainda mais o esforço. Acho que chegou o meu dia de perceber que não vale mesmo de todo investir no que não têm investimento.
Depois do meu cafézinho com apêndice de Pon dei por ali uma volta do centro comercial, e do nada a minha mãe diz-me:
- Já viste quem está aí a teu lado?
E eu vi, vi a pessoa que por bastantes anos foi a minha melhor amiga, a pessoa com quem eu contava sempre e a quem contava tudo, e somos estranhas. Mais estranho ainda é não sermos nada. À muitos anos atrás prometemos uma à outra que quando chegasse o dia íamos ser madrinhas do primeiro filho uma da outra e que iríamos contar antes que a outra qualquer pessoa que estávamos grávidas. Eu estou efectivamente grávida mas ela não foi a primeira pessoa a saber e isso, por ser uma promessa, nunca me saio da cabeça, sentia que me estava a trair a mim mesma e a ela. Estivemos ao lado uma da outra, quis crer que não me reconheceu mas isso não poderia ser verdade. É simples somos estranhas. 
No caminho para casa vinha atormentada com a coisa porque de certeza que viu a minha barriga e com ela uma promessa quebrada. Depois veio-me á cabeça uma meia hora, a meia hora que fez o meu dia e pensei para mim mesma porque raio estava eu preocupada com uma coisa sem sentido?
A verdade é que não importa, o que importa é o que se têm, se estima e se ama. É simples de escolha e complexa de coração, muito mesmo. Não vale a pena valorizar o que já foi muito menos quando se têm o que se quer, sempre se quis e muito se estima.
Amigos, dizem que são a família que escolhemos.
Têm dias que me pergunto se já não tinha gente complicada de mais em casa para ainda ter que ir arranjar mais na rua.
A minha madrinha-promessa foi substituída por padrinhos e essa opção sei que foi a mais correcta, sem duvidas, racionais mas de coração, foram sim dos primeiros a saber da cria a caminho e ao invés de ficarem a olhar de lado, choraram, sorriram, abraçaram, ficaram tristes por saberem que íamos mudar e ficar mais distantes e tudo foi verdadeiro e sentido. Não preciso de mágoas, preciso destes loucos que com meias horas fazem os meus dias completos.
Amigos, aqueles seres estranhos que não ligam mas estão sempre lá, que nunca esgotam beijos e abraços, que partilham momentos simples ao sol e tristezas á chuva, que nos completam e realizam, que estão perto, sempre, porque nada pode ser mais perto que viver dentro do coração, não é?

P.S.- E ainda se têm direito a mimos bons, já viram bem, é tão fofinho em todos os sentidos não é?
P.S.1.- Não respondi a mensagem porque isto deu-me muito que pensar, as hormonas andam aos saltos.
P.S.2- Agora só se podem queixar que não escrevo sobre vocês daqui á uns 6 meses, vá!
P.S.3- É preciso dizer que também tenho saudades?

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