Ainda à coisa de duas semanas estava a pensar para comigo enquanto lhe preparava a mala para a creche que ainda o ano passado por esta altura ia eu com o meu enorme barrigão à mesma instituição para conhecer o espaço e a pensar que estava a ir cedo de mais, que faltava muito, que ela ainda nem tinha nascido e olha, dia 01/09 foi o dia.
Foi o dia e eu continuo sem perceber o porquê de os outros pais chorarem, muitos deles mais que os filhos, por os irem deixar num sitio que eles próprios escolheram para os ajudarem a educar as crias.
(Sim, lá vai ela outra vez ser do contra)
Eu deixei a minha, óbvio que tinha preferido que ficasse com os avós, para não dizer comigo mas no fundo um dia ia ter de ser, eles vão ter vida própria e o berçário, creche, escola ou o que vocês lhe quiserem chamar, é uma etapa das muitas em que se vão ter de safar sem nós.
É preciso muitas horas de estudo de postura mãe-não-me-faças-passar-vergonhas para conseguir ter este desprendimento ou é só admitir a conclusão óbvia que é eles crescem e não são só nossos.
Acho que ajuda ter uma cria santa como a minha!
Claro, ajuda muito mas olhem que ir buscar a peste e ela se marimbar para nós não me parece muito melhor do que deixar a pequena a chorar na despedida. É até um pouco frustrante e por momentos fica a ideia de que não nos curte.
Mas parvoeiras à parte. Para mim foi um descanso de alma saber que ela gostou de lá estar, ter a ideia de que adorou as pessoas e melhor que as educadoras gostaram dela (apesar de desconfiar que ela se fez de tímida e quando elas virem a peste que ela é se vão passar).

Estou portanto crente que as minhas hormonas estão estragadas.
E lá vamos nós para a segunda semana a tempo inteiro.